quarta-feira, 28 de junho de 2017

Despedida ...


_ Dança comigo?

E foi assim que naquele final de tarde eu me despedi de você, em silêncio, agarrada ao seu pescoço, sentindo seu cheiro no balançar do "dois para lá dois para cá". Foi olhando dentro dos seus olhos verdes que eu disse um adeus dolorido, querendo ficar, querendo tentar mesmo sabendo que não daria certo. Então passei a mão no seu rosto, tentando capturar aquela imagem linda. E a gente dançou e sorriu e se entreolhou e meu coração se partiu ali, naquele momento juntamente com uma lágrima que rolou até o canto da boca. E a música simplesmente acabou.

Peguei a minha bolsa, dei um abraço apertado e parti sem olhar para trás. Era a última vez que atendia a sua ligação e aceitava sem nem mesmo pensar passar um fim de tarde com você, conversando sobre todos os nossos problemas daquela semana, sobre a vida e seus desencontros, sobre os desafios a cada passo, enquanto você cozinhava para mim e me fazia experimentar tantos sabores.

É engraçado, mas não tem momento melhor do que quando estou com você, fica tudo tão íntimo tão leve, é como se a gente se conhecesse a muitas vidas, muitas mesmo. E é aí que está exatamente o problema, esse momento não se agarra as nossas vidas, fica só ali naquele fim de tarde, entre nossos corpos jogados no sofá assistindo um filme bom, não atravessa e quebra a porta da sua casa, fica só(zinho) ali.

E infelizmente eu não tenho o poder de fazer aquele fim de tarde durar para sempre e uma pontadinha no peito começa a incomodar toda vez que eu guardo meu sentimento na bolsa e saio pela sua porta. E a pontadinha se torna um buraco enorme que começa a sufocar, a doer e você nem se dá conta. Até que a dor começa a invadir os fins de tarde.

Então te deixo aqui minha última dança, meu último sorriso, meu último abraço apertado porque todo o Amor que eu tenho aqui dentro não cabe só num fim de tarde, cabe numa vida inteira. 


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